Friday, December 2, 2016

“Carro autônomo chega antes do que se pensa”, diz chefão da GM

Presidente da General Motors do Brasil conversou com o Carpress no salão
O presidente da GM do Brasil, Carlos Zarlenga, que assumiu o posto em setembro
O presidente da GM do Brasil, Carlos Zarlenga, que assumiu o posto em setembro
Muito antes do que alguns fabricantes têm anunciado (coisa para daqui a cinco anos), os carros autônomos já serão uma realidade dentro de condomínios, por exemplo. A aposta é do argentino Carlos Zarlenga, 42, presidente da General Motors do Brasil.
O executivo, que assumiu a terceira maior operação da GM no mundo (atrás apenas de China e Estados Unidos), em setembro, fala sobre os 12 lançamentos que a marca realizou em pouco menos de um ano e crava: “O ano de 2017 será bem melhor aqui no Brasil do que este.

A seguir, a entrevista exclusiva ao Carpress, realizada em meio a sua apertada agenda no primeiro dia de imprensa do Salão de São Paulo, que abre ao público de 10 a 20 deste mês.

Carpress ­- Depois de algumas décadas vendo os concorrentes Volkswagen e Fiat tendo a liderança do carro mais vendido no país, o Onix veio para consolidar o primeiro lugar já há algum tempo para a General Motors, desde agosto de 2015. O que explica essa mudança, a montadora fez o carro compacto que o brasileiro de classe média esperava? Já era esperado por vocês atrair e reter clientes para ter o carro mais vendido no país?
Carlos Zarlenga - 
Quando cheguei, setembro de 2016, o Ônix já estava como o carro mais vendido do Brasil. É claro que foi importante para a empresa manter a liderança como carro mais vendido, mas também fizemos 12 lançamentos com renovação completa e isso impactou também para ser a montadora que tem a liderança de venda de veículos no país. Mas o Onix que, sem dúvida, já tinha boas vendas desde 2013, ajudou muito nessa tarefa, aliado também à questão tecnológica, como a inclusão do sistema OnStar, que é muito relevante, lançamos o Onix Joy, também o Onix Active, enfim, é um carro que o brasileiro adora. Mas também vendemos muito bem o Cruze, a Spin, que tem 50% do mercado no seu segmento, a S10, que é fortíssima em vendas como picape, e a Trailblazer, que quadruplicou o volume de vendas. E temos uma marca muito forte. Somos líderes do varejo e temos a melhor rede de revendas do Brasil.

Temos assistido a uma grande revolução tecnológica e avanços cada vez maiores entre os carros híbridos e elétricos. A montadora ainda não trouxe o seu carro neste segmento. Como vai ser com o Bolt? É um carro para brigar pela liderança ou para entrar no portfólio? Quando vem para o Brasil?
O Bolt que está sendo lançado agora nos Estados Unidos será um carro para brigar pela liderança nesse segmento, vai ter grandes volumes. Tem a melhor autonomia, com 380 quilômetros sem precisar recarregar se constitui em uma grande solução de transporte urbano. Ainda não temos previsão de lançamento dele aqui no Brasil.

Não tem mesmo previsão ou sabe, mas não pode revelar ainda?
Não posso falar nada ainda (risos). Vamos esperar, vamos ver como vai ser o início de vendas, por enquanto será vendido lá nos Estados Unidos, enfim, vamos aguardar.

Já se crava que o ano de 2020 será o ano de início das operações de veículos autônomos no mundo. Como a GM está se preparando para isso? É mesmo possível essa data para ter carros da GM com condução autônoma?
A GM vem estudando globalmente essas soluções de transporte, mas acredito que muito antes do que se pensa teremos carros autônomos transportando pessoas em pequenas distâncias como condomínios, por exemplo.

Autônomos ou compartilhados?
Ambos. Compartilhados, mas com condução autônoma, rodando em pequenos trechos.

Falando agora de Tracker, a GM já tinha um carro SUV, o Tracker, assim como o Captiva, e a impressão que havia no mercado automotivo é que não se importava muito com eles, apenas os mantinha nos portfólios. Aí viu a onda inteira que se abriu de interesse do consumidor em SUVs e o consequente lançamento de veículos de vários concorrentes. A GM perdeu esse tempo, não percebeu isso antes ou quis investir em outras frentes?
O mercado é muito dinâmico e já tivemos, ou melhor, temos ainda o Captiva, que já vendeu muito bem. Isso depende de várias questões técnicas, inclusive de cotas de importação, entre outras coisas e muitas vezes opta por investir mais em outros carros. Hoje estamos lançando o Tracker, que é um excelente carro, com motor turbo 1.4, que vai ter grande volume, vem com a tecnologia OnStar de diagnóstico remoto, preço e condições muito competitivas e vem realmente para brigar pela liderança, pode ter certeza.

E sobre o Cruze? No novo Cruze, quando foi lançado, a GM apostou todas as suas fichas para ganhar mercado de um concorrente japonês que liderava o segmento de sedãs médios, o Corolla, inclusive fazendo comparativos em anúncios de TV, assim como também fez no segmento das picapes. E estamos vendo um outro concorrente japonês, o Civic, ganhar mercado e inclusive prêmios de carro do ano. Então a briga agora é com outro japonês?
Olha, estamos muito felizes nesse mercado porque saímos de 4% a 5% para 13% a 14% de share. E também ganhamos prêmios de carros do ano com o Cruze. Mas sobre os dois concorrentes japoneses, eu diria que é uma briga muito boa, de três grandes competidores muito importantes.

Então, para 2017, a crise acaba? Se não, quando vai melhorar?
Vamos vender mais carros, eu tenho certeza, não sei se acaba a crise ou em que época, mas estacamos caminhando para o ano que vem ser bem melhor aqui no Brasil.
Fonte: 

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