Sunday, August 16, 2015

Taxis x Uber



Esse é um assunto muito polêmico não só no Brasil como em muitos países, tem sido debatido incessantemente e antes que caia no ostracismo, vamos falar um pouco sobre ele.
Caso alguém ainda esteja de fora, Uber não é um apelido carinhoso de Uberaba ou Uberlândia (Eu sei, foi fraquíssima. Melhor deixar o humor para o outro Blog). O Uber é um aplicativo utilizado em vários países do mundo no qual você localiza um motorista próximo de você, coloca o endereço de onde você quer ir e o próprio aplicativo calcula o tempo aproximado (No caso de São Paulo e Rio não tem como dar o tempo exato) e o valor exato (esse sim exato) que você vai gastar na viagem. Eu nunca o utilizei, mas amigos que utilizaram, garantem a qualidade. Nesse aplicativo, tanto o motorista como o passageiro são avaliados e essa avaliação serve de parâmetro para futuras viagens de ambos. Os motoristas cadastrados devem ter habilitação com autorização para uso profissional e devem seguir um padrão estabelecido, como por exemplo um carro sedan de luxo preto, usar terno, não falar muito e servir agua e balinha. Amigos que usem o Uber, caso queiram corrigir ou complementar nos comentários, fique à vontade. Como eu disse, eu nunca utilizei.
Antes de continuar o texto eu já aviso aos amigos taxistas e uberistas que eu não vou defender um ou outro lado. Vou colocar a minha opinião de como ambos podem melhorar a sociedade, que é a proposta desse blog.
O problema é que esse serviço acaba caindo na legislação dos Taxis, transportar pessoas de um lado para outro, e para isso precisa de uma licença de taxista. Outros aplicativos semelhantes são sofrem o mesmo problema, como por exemplo o AirBNB que utiliza casas particulares para as pessoas se hospedarem e em alguns países do mundo as associações de hotéis estão entrando na justiça contra eles.
Há vantagens em se utilizar o Uber, além dos confortos citados anteriormente, você sabe exatamente o quanto vai gastar na viagem. Os taxis ainda utilizam um modelo arcaico de cobrança. Você só sabe o quanto vai gastar no seu destino, isso quando você não tem surpresas como por exemplo a mudança de município, ocasião em que a lei manda cobrar 50% a mais do valor, já que os motoristas não podem pegar passageiros fora do seu município (outra antiguidade da lei) e cobranças extras por chamada de cooperativas (uma vez chegando ao meu destino o taxista me falou que tinha uma taxa de R$4,00 por ter chamado pela cooperativa. É claro que a atendente não tinha me avisado antes).
Agora, em alguns aspectos o taxi está se modernizando. Uma parte deles (não todos) começou a aceitar cartões de crédito e débito, o que facilita muito, e também há aplicativos que chamam o taxi mais próximo. É possível também pagar via aplicativo ao final da corrida pelo seu cartão de crédito. Ainda assim o fato de não saber o quanto vai gastar atrapalha.
Por outro lado, como já dito existe uma legislação que regula esse segmento. Para realizar esse tipo de serviço precisa ter uma licença especial de taxista, e o veículo também precisa ter um padrão estabelecido (cor branca em São Paulo, amarela com uma faixa azul no Rio, laranja em Curitiba e Porto Alegre, etc), fora os equipamentos obrigatórios no veículo, como taxímetro, a luminária escrito “Taxi”, e tanto é importante a licença que as placas utilizam uma cor diferente, vermelho ao invés da tradicional “cor de gelo”.
Há espaço para ambos os modelos? Sinceramente eu não sei, mas esse acontecimento pode nos ajudar a melhorar o nosso sistema de transporte. Há propostas de taxistas para que possam operar em ambos os modelos. Só resta saber se um deles flexibilizará o padrão já que até as cores são diferentes. Mas o importante é que há pessoas dispostas a dialogar. Outra possibilidade seria legalizar os motoristas do Uber como taxistas. O custo acabaria aumentando por causa da licença e impostos a serem pagos, mas é uma possibilidade. A forma arcaica de cobrança do Taxi também poderia ser revista. É muito difícil de sair da zona de conforto e pensar fora da caixinha, mas esse momento nos convoca a repensarmos as nossas teorias e finalmente entrarmos em uma nova era de modernidade. Nada de surpresas quando chegarmos ao nosso destino. Permitir que taxistas peguem passageiros na volta também faria com que as cobranças extras terminem. Já que os taxistas já usam aplicativos e central de atendimento de cooperativas, o modelo de cobrança poderia ser alterado para que o usuário já saiba o quanto vai gastar. Para isso basta bom senso na hora da decisão. Essa é a nossa grande oportunidade de nos desvencilharmos dos erros do Passado e dar um grande passo para a modernidade.
Protestos e violência não são o caminho. É importante chegarmos a uma conclusão de como a nossa sociedade vai sair ganhando com essa situação. E principalmente, podermos escolher como vamos viajar sem que sejamos agredidos tanto por taxistas como por “uberistas”.

Não podemos tratar como uma disputa de quem está certo e quem está errado. Não é um jogo de futebol. Temos que tratar do assunto de forma séria e pensando na coletividade.

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