Marca criou divisão específica para atuar no mercado de transporte de passageiros sob demanda
A fim de melhorar a imagem arranhada pelo escândalo de fraude em motores a diesel, a Volkswagen vem intensificando os esforços para desenvolver serviços de mobilidade digital na Europa. O mais novo passo foi dado com o anúncio da criação de uma nova divisão de negócios digitais, denominada Moia.
Sua função será assumir a função do Uber e expandir o foco de atuação para além da venda de carros. A meta será oferecer serviços de transporte individual sob demanda a partir do ano que vem na Europa, expandindo pouco depois para Estados Unidos e China.
No mês passado a montadora estava em negociações com o próprio Uber sobre uma possível cooperação, mas não quis se contentar com o mero papel de fornecedor. Afinal, o potencial de expansão será ainda maior com a popularização dos veículos autônomos.
"Mesmo que nem todo mundo tenha um carro próprio no futuro, o Moia pode ajudar a manter todos como clientes de nossa empresa, de um jeito ou de outro", explicou o presidente da VW, Matthias Mueller.
"Em médio e longo prazo o Moia criará o tipo de serviço que atenderá às necessidades dos cidadãos urbanos", acrescentou Ole Harms, diretor da nova divisão. Segundo ele, será possível obter receita "de cerca de dois bilhões de dólares" num prazo de quatro anos.
Expansão rápida
Mais do que isso, o grupo espera abocanhar uma fatia substancial da receita gerada por novos serviços até 2025. Na avaliação da consultoria A.T. Kearney, o mercado global de carros autônomos e serviços relacionados pode chegar a US$ 50 bilhões em 2020 e a US$ 282 bilhões até 2030.
A empresa alemã quer se tornar líder e referência nesse segmento com tanto potencial já a partir de 2018. Portanto, segundo Harms, a previsão é quadruplicar a equipe da Moia em Berlim (Alemanha) entre 2017 e 2020, indo de 50 para 200 funcionários.
Um experimento no ramo foi tocado pela companhia em parceria com a Gett, empresa rival do Uber que opera na Europa. O investimento foi de US$ 300 milhões. Agora a expectativa é que a fabricante destine bilhões de euros em serviços de transporte, carros autônomos e veículos puramente elétricos.
Com isso, além de deixar para trás o dieselgate, a marca pretende compensar o tempo em que simplesmente ignorou as alternativas de mobilidade e propulsão, ficando para trás em relação às rivais Mercedes-Benz e BMW.
Fonte: UOL Carros
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