Um sistema de engrenagens transforma o amortecedor em um gerador de energia.[Imagem: Cortesia MIT]
Energia dos buracos
Brevemente, em vez de se desviar dos buracos nas ruas e estradas, você poderá começar a aperfeiçoar a mira para acertar todos eles.
O professor Lei Zuo, da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, está propondo uma nova técnica para gerar eletricidade nos veículos híbridos e elétricos a partir das irregularidades no asfalto.
Brincadeiras à parte, não será necessário ficar passando por buracos.
Segundo os cálculos do professor Zuo, apenas as suaves irregularidades de um asfalto bem conservado podem ser capazes de gerar entre 100 e 400 watts de energia, um valor impressionante, suficiente para aumentar muito a autonomia de um carro elétrico.
Amortecedores regenerativos
Os sistemas regenerativos de freios já são usados em veículos de linha, mas Zuo quer transformar os amortecedores em geradores de energia.
Para isso, os amortecedores regenerativos devem converter a energia vibracional - as vibrações verticais da suspensão - em movimento rotacional que aciona um gerador.
Em 2009, estudantes do MIT já haviam apresentado o protótipo de umasuspensão regenerativa, mas o professor Zuo garante ter resolvido um problema crucial de eficiência: a conversão do movimento bidirecional dos amortecedores no movimento unidirecional necessário para movimentar continuamente o gerador.
Uma combinação de engrenagens permite que tanto o movimento de descida quanto o movimento de subida do amortecedor, sejam convertidos em eletricidade, essencialmente dobrando a quantidade de energia que pode ser recuperada.
Energia versus maciez
O protótipo construído pela equipe consegue recuperar até 60% da energia teoricamente disponível nos amortecedores. O professor Zuo afirma que, com uma fabricação mais aprimorada dos diversos componentes - eventualmente em escala industrial - será possível chegar aos 85% de eficiência.
O amortecedor-gerador "pode ser integrado no carro diretamente, sem mudar nada no carro," disse o pesquisador.
Como nada sai de graça, o próximo passo da pesquisa será aferir o quanto a captação da energia vibracional tira do conforto da suspensão, o que eventualmente exigirá buscar um equilíbrio entre eficiência na geração de energia e maciez do carro.
Fonte: Inovação Tecnológica em 11/08/2015
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