Saturday, May 14, 2016

Brasileiros participam da Shell Eco-marathon

Competição estudantil Shell Eco-marathon Americas premiou projetos com a melhor eficiência energética


Protótipos circularam pelo centro de Detroit
Divulgação
Protótipos circularam pelo centro de Detroit
Acampados no centro de convenções Cobo Center, que é sede também do Salão do Automóvel de Detroit, o mais importante dos Estados Unidos, estudantes brasileiros finalizam os últimos detalhes para inspeção técnica da Shell Eco-marathon Americas, maratona de eficiência energética que está em sua décima edição e premia projetos estudantis de carros com o menor consumo de combustível. Alunos de faculdades e colégios de muitos países das Américas do Norte, Central e do Sul circulam pelo local.
As inspeções para participar da competição são rigorosas. O primeiro teste é de peso, mínimo de 50 kg para o piloto e máximo de 140 kg para o carro. Após isso, o protótipo precisa provar que é capaz de realizar um diâmetro de giro de 8 metros e oferecer um cinto de segurança que suporte uma carga contrária de 70 kg.
As avaliações continuam rumo à mais alta segurança possível: visibilidade do para-brisa de 180° e solidez da carroceria. O piloto precisa mostrar que é capaz de sair do carro em até 10 segundos. Tudo isso precede o último e mais importante teste da competição, que é a análise das especificações dos motores, que podem ser a gasolina, diesel, elétrico, movido a hidrogênio ou por etanol.
Estudantes de engenharia da Universidade Mackenzie, de São Paulo, que compõem uma das cinco equipes brasileiras, reclamam que não poderão ver um jogo de basquete com ingressos já comprados porque não passaram na primeira inspeção. A punição rigorosa do professor é baseada no zelo. É nesses alunos e nos outros de todas as 130 instituições participantes que o mundo confia o controle de emissões de poluentes no futuro.
E dá para ter esperança neles, já que garra e criatividade não faltam. Os alunos da PUC do Rio Grande do Sul, por exemplo, tiveram um problema com a documentação de seu protótipo, que ficou preso no Brasil. Eles só souberam quando já estavam nos EUA. Resultado: alguns lamentos e muita vontade de aprender e trocar conhecimentos. Passaram, então, a ajudar outras equipes, em especial uma da Universidade da Guatemala, e depois se alistaram como voluntários para mostrar para as crianças americanas os benefícios do etanol.
Os carros são feitos com os recursos disponíveis. O protótipo a gasolina da Universidade de Laval, no Canadá, que ficou com o primeiro lugar (com a marca de 1.099 km/l), teve investimento de U$S 35 mil, ou cerca de R$ 130 mil. Segundo Frederic Lacroix, integrante da equipe, eles fizeram o propulsor no laboratório da instituição. Entre as equipes brasileiras, o carro mais caro foi avaliado em R$ 15 mil e o investimento veio de alguns patrocinadores.
Porém, de acordo com diretora da Shell Eco-marathon, Pam Rosen, os menores recursos não atrapalham os estudantes brasileiros. “Eles são tão apaixonados e criativos. Nunca deixam a barreira do idioma atrapalhá-los. É inspirador.”
Um bom exemplo disso é o protótipo da Universidade Tecnológica do Paraná, com motor de roçadeira de 35 cm3 a etanol e carroceria de fibra de carbono e alumínio.
Mas foi com um motor elétrico que veio o melhor resultado brasileiro, o quinto lugar, ocupado pelo modelo da Federal de Santa Catarina. Chamado de Miliwatt, o carro era o mais leve da competição, com 22 kg – graças ao monocoque de fibra de carbono. O motor trifásico é de bicicleta e dispensa transmissão. “Ele poderia rodar 860,6 km com R$ 1”, diz o líder do time, Samuel Bassani.
Fonte: Estadão

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