Friday, May 6, 2016

Home Notícias Novo chefe da Anfavea quer mudar CLT e exportar mais Novo chefe da Anfavea quer mudar CLT e exportar mais

O novo presidente da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, 59 anos, afirmou nesta segunda-feira (25) que um dos objetivos de seu mandato, que vai até 2019, será pleitear mudanças e "flexibilizações" na CLT (leis trabalhistas) junto ao governo federal. Megale, diretor de Assuntos Governamentais da Volkswagen, substitiu Luiz Moan, que detém o mesmo cargo na General Motors.
Megale, novo presidente
Megale conversou com jornalistas durante a cerimônia de posse da nova diretoria da Anfavea, em São Paulo. Sem citar nomes ou mencionar o possível impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), ele afirmou que a entidade está sem pauta com o governo e que aguarda uma "movimentação" no Planalto que, segundo o executivo, "irá ocorrer".

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que reúne trabalhadores de montadoras como Volkswagen, Ford, Toyota e Mercedes-Benz, faz há mais de um ano campanha permanente contra qualquer mudança na CLT. A entidade é filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), parceira do Partido dos Trabalhadores que se opõe ao impeachment de Dilma.

"O problema no mercado é de confiança. Mesmo com safras recordes, por exemplo, não há investimento do empresário para a renovação do maquinário agrícola", disse Megale. Implementos agrícolas, como tratores, são considerados veículos automotores, e seus fabricantes integram a Anfavea. 
Sindicato rejeita pauta da Anfavea
Para Megale, a abertura de novos mercados para exportação e a melhora dos acordos comerciais já existentes entre Brasil e outros países é uma saída de curto prazo para a indústria nacional, que, segundo Megale, registra ociosidade nas linhas de produção próxima a 50%.

De acordo com o executivo, isso seria um reflexo do programa Inovar Auto, que exige das fabricantes a montagem de automóveis no Brasil e um certo grau de nacionalização dos componentes, em troca de benefícios fiscais (e que foi costurado junto ao governo federal pela própria Anfavea, em 2012). Além da América Latina, a idéia é vender carros para países da África e Ásia. Mercados maduros, como América do Norte e Europa, não foram citados.

PPE É BOM
O executivo também defendeu uma legislação que "dê segurança para a terceirização" e afirmou que pretende batalhar junto ao governo para que o Programa de Proteção ao Emprego seja permanente. Criado pelo governo Dilma em 2015, o PPE permite a empresas homologadas reduzirem a jornada de trabalho e o salário dos funcionários por um período de 12 meses. Neste ponto, Anfavea e representantes dos trabalhadores estão em sintonia.

Dilma e o ex-chefe de Megale na Volks, Thomas Schmall, em 2012: tempo bom entre governo e Anfavea, baseado no Inovar Auto, é coisa do passado

Ainda no âmbito trabalhista, Megale defendeu a tese do "acordado sobre o legislado", vale dizer, quando um acordo trabalhista entre sindicato e empresa se sobrepõe à legislação vigente. "Acho que isso seria um bem pra sociedade", disse. O discurso está em linha com o da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), entidade que é uma das grandes apoiadoras da deposição da presidenta Dilma por meio do impeachment.

Fonte: Carro Online

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