«Os carros não mudaram assim tanto nas últimas décadas, mas vão ficar bem diferentes nas próximas». Esta declaração não é de nenhum futurista de uma empresa de tecnologia de Silicon Valley, mas sim de Richard Candler, o diretor-geral da estratégia de produtos avançados da Nissan. Uma marca de automóveis longe da ribalta dos topos de gama, o que demonstra que a indústria já interiorizou que os tempos de mudança estão a chegar. BMW, Daimler, Nissan, Peugeot Citroën, Volvo e Tesla, as marcas que contatamos, estão de acordo em eleger duas grandes tendências para o futuro do automóvel: a diminuição das emissões poluentes, tema que o escândalo da Volkswagen veio trazer para a ordem do dia, e a condução autônoma.
Esta última tendência, que tem levado a investimentos na ordem dos milhares de milhões de euros, tem o potencial para revolucionar o automóvel. Como sublinha Richard Candler, «ainda pensamos nos automóveis com um volante, pedais e, sobretudo, com um condutor. No entanto, se deixar de ser necessário conduzir, abrem-se novas possibilidades, que até vão afetar o próprio formato do veículo». A este respeito, fonte da Daimler, a dona da Mercedes, chama a atenção para a importância de «como o carro comunica com os passageiros e com o mundo em redor», adicionando que «as interfaces homem-máquina também precisam de incluir as pessoas que estão fora do carro autônomo». Isto significa que vamos ver cada vez mais e maiores telas a bordo e as ligações à Internet de banda larga vão permitir trazer para dentro dos automóveis funcionalidades que estamos habituados a ter em casa ou no escritório, como videoconferência ou acesso às redes sociais.
Os construtores são rápidos a dar exemplos de como a indústria está atenta e a responder rapidamente às tendências trazidas pela tecnologia. «Hoje já temos carros que estacionam sozinhos, que estão ligados à internet e que têm sistemas de apoio à condução», recorda Jan Ivarsson, diretor da área de segurança da Volvo.
Publicado no Verdesobrerodas
Origem: Exame Informática
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