No início da década de 90, Arnold Schwarzenegger embarcava no filme ‘O Vingador do Futuro’ em um táxi-robô chamado Johnny Cabs, que era controlado por inteligência artificial. E quem não se lembra do carismático personagemBenny the Cab em ‘Uma Cilada para Roger Rabbit’? Não é de hoje que sonhamos com carros conectados que têm “vida própria”, capazes de circular pelas cidades e rodovias sem precisar receber comandos de seres humanos, outra aplicação em que a Internet das Coisas irá redefinir toda uma cadeia de negócios.
Pelos rápidos avanços que temos visto nos últimos meses na indústria automobilística e em empresas de tecnologia não vai demorar muito, estima-se que não mais que 10 a 15 anos, para que veículos autônomos aposentem definitivamente os motoristas e passem a nos transportar para onde quisermos sem ninguém na direção, mas ‘chipados’ e controlados por um conjunto de sensores, câmeras, radares, LiDAR, GPS e vários sistemas inovadores capazes de dirigir com muito mais segurança e economia(*)(**).
Em janeiro passado, o secretário de transportes do governo americano, Anthony Foxx, anunciou que a administração de Barack Obama irá investir US$ 4 bilhões nos próximos 10 anos para acelerar a adoção de carros que dispensam qualquer intervenção de um piloto de carne e osso, numa clara demonstração de que os Estados Unidos desejam liderar esta corrida para que Detroit continue na posição de ditar as tendências e o futuro do mercado automotivo global.
Países como a Inglaterra e a China, claro, não querem ficar para trás. Autoridades do governo britânico têm se encontrado com executivos do Google para que seu carro autônomo - um Lexus adaptado que já rodou mais de 1 milhão de milhas pelas ruas da Califórnia e de outros estados americanos - também transite em breve pelas ruas inglesas. Do outro lado do mundo, a gigante chinesa Baidu vem trabalhando em aliança com a BMW para lançar nos próximos anos seu modelo ‘driverless’.
As cidades estão prontas?
O grande desafio, além do desenvolvimento tecnológico, reside na regulamentação e adaptação das cidades para os carros sem motorista transitarem em qualquer lugar seguindo padrões mundiais de segurança. Além da evolução de cérebros eletrônicos que permitam reagir a situações imprevistas ocasionadas por pilotos humanos, pedestres e ciclistas, os veículos autônomos terão que entender o padrão de comportamento de motoristas em diferentes cidades.
Enquanto empresas como Baidu e Google se aliam com as montadoras e trabalham em suas garagens em pesquisa e desenvolvimento para produzir em larga escala carros cem por cento independentes, já vivemos um período de transição com o lançamento de modelos cada vez mais inteligentes, mostrando que transformar a ficção de Schwarzenegger em realidade é só uma questão de tempo (e pouco tempo).
Entre muitos outros modelos ‘smart’ que estão chegando ao mercado, a versão mais recente do Mercedes-Benz E-Class, apresentado no Salão de Geneva, já consegue evitar colisões ao reduzir a velocidade quando se aproxima de um cruzamento, além de brecar para pedestres, alertar o motorista se eles estiverem ficando sonolento e estacionar sozinho.
E os taxistas, como ficam?
Como deverá acontecer em diversos setores da economia, a tecnologia na indústria automobilística irá fatalmente exterminar empregos, deixando sem trabalho taxistas e motoristas do Uber, que, a propósito, também já está desenvolvendo seu protótipo de carro autônomo para não sucumbir ao seu modelo de negócios, atualmente baseado na cobrança de uma comissão de 20% em cada corrida.
Na mesma direção, a GM anunciou recentemente uma parceria com a Lyft para construir uma frota de veículos autônomos que serão chamados pelo app da concorrente do Uber. Com o pé no acelerador, a Ford anunciou que planeja triplicar sua frota de veículos sem motorista, o que a colocará na posição da montadora com a maior frota de teste de carros autônomos. Estes novos carros serão equipados com um novo sensor LiDAR, da Velodyne, que é muito menor do que os sistemas LiDAR tradicionais.
As mudanças na forma como consumimos carros hoje serão inevitáveis. Afinal, não fará mais sentido comprar um carro se poderemos chamar um quando e onde quisermos pelo smartphone e, melhor ainda, dividir uma viagem com outro passageiro que segue para o mesmo destino, impactando na redução da frota e do tráfego (na maior parte do tempo os carros hoje ficam estacionados), na emissão de poluentes e no custo do transporte público.
Assim como o Uber, empresas de serviços de compartilhamento, como a car2go e a Maven, estão algumas milhas à frente para transformar a maneira como hoje utilizamos a invenção de Karl Benz. Os benefícios são claros. Segundo estudo da consultoria McKinsey, um carro autônomo compartilhado tira de circulação 13 carros privados, o que, no caso do Brasil, significaria reduzir a frota até 2040 de 42 milhões para 13 milhões de veículos e os custos com acidentes de US$ 21 bilhões para US$ 2,1 bilhões.
Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que 31% dos brasileiros gastam mais de uma hora por dia no trânsito, índice que era de 26% há apenas cinco anos, quando o estudo foi feito pela primeira vez. Nos municípios com mais de 100 mil habitantes, 39% dizem passar acima de 1 hora presos em veículos. No ano passado, acidentes de carro mataram 1,3 milhão de pessoas no mundo, 90% deles causados por erro humano.
Ainda não é possível arriscar se um dia compraremos bilhetes para viagens de teletransporte (para Marte você já pode reservar seu assento para 2020 na Mars One), mas saber que estamos tão próximos da popularização do carro autônomo é uma dádiva. Tá na hora de ir pro trabalho? Então pegue o celular e chame seu amigo Johnny Cabs!
Principais Barreiras a serem vencidas para lançamento de carros totalmente autônomos em larga escala:
1) altos preços dos componentes tecnológicos
2) diferentes graus de confiança do consumidor na tecnologia
3) falta de regulamentação
2) diferentes graus de confiança do consumidor na tecnologia
3) falta de regulamentação
Fonte: Linkedin Pulse
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