Pilotar no mesmo autódromo no qual correram feras do automobilismo mundial como Nigel Mansell, Alain Prost e Niki Lauda foi realmente emocionante. O Fujispeedway é o autódromo da Toyota no Japão e recebeu as corridas de Fórmula 1 até 1997. Depois parou e retornou em 2007 e 2008, perdendo novamente o posto para o Circuito de Suzuka. Além do traçado perfeito, o Fujispeedway tem um cenário lindo, aos pés do famoso Monte Fuji, o mais alto do país (3.776 metros de altitude).
A missão era bem mais modesta do que piloto um bólido de Fórmula 1. Na verdade, a emoção seria estar ao volante do novo Toyota Prius, que chegou à sua quarta geração. Ele será vendido no Japão ainda neste ano. No Brasil, devem ser importadas cerca de 400 unidades no próximo ano. Apenas para lembrar, a Toyota iniciou a importação do Prius para o mercado brasileiro em 2013, trazendo 325 unidades. Em 2014, vieram apenas 72 modelos e de janeiro a setembro deste ano a marca trouxe mais 140 unidades.
Especula-se que o novo Prius possa ser produzido no Brasil, ao que tudo indica, na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Com produção local, o preço do carro, que está hoje em R$ 116.000, ficaria bem mais acessível. Ele já se beneficia de vários incentivos, como a redução do imposto de importação de 35% em quase 30 pontos percentuais, além de isenção de 50% do IPVA na cidade de São Paulo. Caso seja mesmo feito aqui, a sua bateria continuará sendo importada, pois a Toyota só a produz em uma única fábrica, no Japão.
Vamos ver como o Prius se saiu no circuito de Fuji. Iniciei com a versão antiga. Rodar com uma e com a outra demonstra o quanto esta última geração evoluiu. Vamos começar pelo design, bem mais moderno e que permitiu um ganho aerodinâmico. Suas medidas mudaram: ele ficou 60 mm mais comprido e 15 mm mais largo, mas teve uma redução de 20 mm na altura total e de 15 mm na altura do capô. O motorista também dirige em posição mais baixa (59 mm), os componentes do motor e bateria reduziram em 10 mm em tamanho e o compartimento de bagagem ganhou mais espaço (56 litros), pois ele também foi rebaixado. Particularmente, achei o desenho das lanternas traseiras um tanto exagerado para o “gosto” do nosso mercado. O interior ficou bastante “clean” e bem mais funcional.
A sua estrutura foi bastante modificada, ganhando melhor distribuição frontal e vários reforços, o que também resultou em maior segurança no caso de colisões. Em toda a carroceria houve redesenhos e reforços que diminuiram o peso, com aumento da rigidez torcional em 60%. A suspensão traseira passou a independente por triângulos superpostos no lugar do eixo de torção. A absorção de ruídos foi aperfeiçoada, com o uso de materiais especiais.
O novo sistema híbrido é um dos pontos altos, conseguindo ainda maior eficiência energética. Segundo a Toyota, o Prius agora pode chegar a até 40 km/l. Isso porque a eficiência térmica do conjunto aumentou em 40%. O seu motor teve muitos componentes com redução de tamanho e de peso. Houve significativa evolução da bateria, que agora é de hidreto de níquel, mas com possíbilidade de uma versão com bateria de íons de lítio que estará disponível apenas para alguns mercados. O tamanho da bateria foi reduzido em 10% e a performance melhorada em 28%. Ela também mudou de posição, indo para debaixo do porta-malas: antes ficava embaixo do banco traseiro (aumentou o espaço para os ocupantes). A Toyota ressalta que a aceleração do carro está mais linear, sem sobressaltos.
Dirigir o Prius no circuito foi uma experiência única. Ele realmente transmite bastante segurança e estabilidade, além de acelerar como um carro normal. Naturalmente que, quanto mais se pisa fundo no acelerador, menos ele contribui com o meio ambiente, pois existe uma faixa em que a sua função de híbrido ganha máxima eficiência. Imaginei, boa parte do tempo, que aqueles ídolos do passado, nem em seu maior devaneio, pensaram em um carro híbrido rodando naquele autódromo de grandes disputas.
O Prius tem vários sistemas eletrônicos, como o que reconhece o pedestre e freia sozinho, evitando atropelamentos, ou o controle de radares, que deixa o veículo sempre na velodade correta e, ainda, aquele que avisa que o carro está mudando de faixa. O futuro, meu amigo, já chegou. Principalmente no Japão!
Fonte: Carro Online em 24/12/2015
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