Scania se prepara para entregar as primeiras unidades de seu caminhão híbrido na Europa
Quando se fala de mercado de veículos pesados, dois pontos são cruciais no que diz respeito à eficiência energética destes produtos: os padrões cada vez mais rígidos de emissões de poluentes impostos pelos governos e, em contrapartida, a preocupação que cada marca tem em criar uma imagem sustentável. A Scania já se destaca de maneira expressiva nesse quesito, com ônibus movido a biometano e caminhão com motor a etanol – que trabalha em ciclo diesel –, ambos já em circulação no Brasil. Mas a empresa sueca apresentou em outubro do ano passado e se prepara para entregar as primeiras unidades de um caminhão que a coloca em outro patamar nos debates ambientalistas. Trata-se de um P320 padrão Euro 6 alimentado por biometano e que tem sistema híbrido. Ou seja, opera no modo elétrico ou consome biocombustíveis. “O modelo é capaz de alternar entre uma condução silenciosa e livre de emissões ou com emissões muito baixas de CO2, mesmo com grande capacidade de carga”, defende Magnus Höglund, responsável por combustíveis alternativos e trens de força na Scania Trucks.
O novo veículo é equipado com motor de 9 litros, com cinco cilindros em linha, de 320 cv. Ele funciona 100% a biodiesel, como o HVO – óleo vegetal hidrotratado – ou Fame – éster metílico de ácido graxo. Em regiões onde biocombustíveis estão disponíveis, pode-se obter reduções na emissão de CO2 de até 92% com a utilização do HVO, por exemplo.
Um motor elétrico de 201 cv de potência e torque de 107,1 kgfm é implantado entre o propulsor movido a biometano e a versão especial da transmissão automatizada E-GRS895 com o Opticruise Scania, adotada no veículo. A capacidade nominal da bateria chega a 1,2 kWh. Os componentes elétricos adicionais exigidos para a hibridização estão integrados a um módulo de potência híbrido montado diretamente na carroceria. O módulo inclui a bateria, o sistema de controle, o sistema de resfriamento da bateria e o conversor de voltagem. O módulo é encapsulado e projetado para proteção contra colisão. A condução é auxiliada por uma unidade de direção eletro-hidráulica quando o veículo não está com o motor ligado. Todo o pacote híbrido, incluindo a bateria, acrescenta um total de 790 kg ao peso do caminhão.
A economia do novo caminhão híbrido chega a 18% em condições normais de direção, se comparado a outro semelhante com propulsor a diesel convencional. O reaproveitamento da potência de frenagem compõe dois terços da economia de combustível que a hibridização oferece. Outras contribuições ocorrem com o desligamento do motor em baixas velocidades e o uso eficiente do sistema elétrico auxiliar.
Mas os benefícios que a motorização híbrida pode trazer nos transportes de carga vai além da economia de combustível. O P320 Hybrid pode ser conduzido somente em modo elétrico a uma velocidade de até 45km/h, com o motor a combustão desligado ou em ponto morto – a fim de acionar os sistemas auxiliares, caso do compressor do freio. Desta forma, o modelo pode atender às normas de poluição sonora de determinadas regiões, que estipulam um nível de ruído máximo. “A capacidade de aumentar o aproveitamento com a direção silenciosa e a redução do consumo de combustível são fatores que refletem diretamente na rentabilidade do cliente. Operar à noite, com as ruas vazias, pode significar maior produtividade e precisão das entregas, por exemplo”, explica Höglund. A distância de condução no modo elétrico, no entanto, não é muito grande: são dois quilômetros em terreno plano com Peso Bruto Total Combinado de 15 toneladas.
Fonte: Motor Dream
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